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Games, Ferramentas para o RH oferecer treinamentos

Não é brinquedo não !

Vistos antes como apenas diversão juvenil, os games se transformam em ferramentas para o RH oferecer treinamento aos colaboradores

Fabíola Tarapanoff

O cenário não poderia ser mais hostil: sete participantes têm de atravessar um lago protegido por uma criatura medonha. Embora a equipe tivesse formulado uma estratégia com base em informações colhidas antes, todos acreditavam que as chances de sucesso eram reduzidas. Após uma primeira tentativa, quase toda a equipe se afogou e teve de preparar uma nova estratégia.

A cena descrita acima faz parte de um jogo de grande sucesso criado pela Sony Entertainment chamado EverQuest. Para ter sucesso nessa fantasia medieval é preciso cooperar com os outros participantes. Mas o que esse jogo tem em comum com o mundo dos negócios? Na verdade, o que parece um simples game para crianças é uma das ferramentas mais inovadoras que estão sendo utilizadas pelos departamentos de gestão de pessoas: os serious games.

Esses jogos representam um novo formato de treinamento e avaliação dos colaboradores. No exterior, esse mercado cresce de forma exponencial: na Europa, 66% das empresas deverão usar até 2011 essas ferramentas nessas atividades.

Games com filosofia
Castigat ridendo mores. "É brincando que se corrigem os costumes", diz um antigo provérbio em latim. Pois o diretor de desenvolvimento da consultoria em games Eureka Officina de Ideias, Crispiniano Manzano, concorda com esse ditado. Criada em 2003, a empresa utiliza uma metodologia inovadora para engajar pessoas em gestão de negócios. Seu lema não é treinar pessoas, mas auxiliá-las no posicionamento de estratégias, possibilitando que aumentem a sua capacidade de realizar mudanças.

"O jogo exerce uma atração forte, pois traz um desafio e o ser humano adora ser desafiado. Dessa forma, um departamento de RH consegue treinar os colaboradores de forma mais efetiva, pois eles se sentem mais motivados a absorver o conhecimento do que se fosse feita uma palestra de forma tradicional", completa.

Com base nesses princípios e de que a aprendizagem ocorre em três níveis (autoaprendizado, em grupo ou sistêmico), ele criou três simuladores: Analysis & Decision Game; o Process Simulator: e o Real Time Business Game. O primeiro jogo consiste em propiciar ao participante a oportunidade de se colocar em situações simuladas de negócios. Já o objetivo do Process Simulator é exercitar a análise de processos, a identificação de problemas e a elaborar estratégias de negócios por meio da simulação de operação de uma empresa virtual. Por fim, o Real Time Business Game foi desenhado para proporcionar um ambiente dinâmico a gerentes e responsáveis de diferentes áreas, apresentando situações em que inovar é um elemento básico para a sobrevivência da organização.

Segundo Manzano, a empresa já desenvolveu 29 projetos nessa área, que possuem custo médio de 30 mil reais e demoram de oito a dez semanas para serem elaborados. A organização já atendeu a mais de 4,5 mil colaboradores na América Latina, Espanha e Portugal. "As pessoas também dizem que o fato de a metodologia ser visual proporciona uma retenção do conteúdo maior comparada ao método tradicional expositivo", analisa Manzano, para quem o serious game é mais eficaz porque os participantes não se portam como espectadores, mas interagem. "Dessa forma, pode-se disseminar um estilo único de administração entre os funcionários", explica. Prova do sucesso da companhia é que o jogo está sendo utilizado por diversas instituições como a Universidad de Madrid, Telefónica da Espanha, Universidade Nove de Julho (Uninove) e pela Bunge Fertilizantes. Para 2010, a empresa espera crescer 50%.

A Bunge Fertilizantes, por sua vez, passou a usar esses programas em 2005, elaborados em conjunto com a Eureka Officina de Ideias. O intuito foi aperfeiçoar os programas de desenvolvimento de líderes e o programa de trainees. Segundo a gerente de treinamento e desenvolvimento da Bunge Fertilizantes, Cristina Oliveira, foram necessários três meses para o desenvolvimento do projeto piloto. No primeiro caso (desenvolvimento de líderes), a ferramenta proporciona aos participantes a oportunidade de administrar uma companhia visualizando diversos processos. Para os trainees, traz a chance de conhecer a corporação como um todo e não só algumas áreas. "O jogo facilita a conexão com o dia a dia da empresa. Em formato de grupos multifuncionais são simuladas situações críticas, que proporcionam uma oportunidade única de conhecer as necessidades de cada área", analisa.

A diretora de RH da Bunge Fertilizantes, Marisa Thurler, relata que 500 funcionários já participaram desses programas. "O índice de satisfação é alto. O aprendizado torna-se mais fácil pela forma envolvente do jogo, o que contribui para que os participantes tenham uma visão mais ampla dos negócios", conclui.

Revista – Melhor Gestão de Pessoas - Agosto 2009

Data Publicação 31/12/1969

Hora Publicação 11:09